Gran Crú Classés e Gènèpi, Confraria Nova | Roberto Rodrigues

Gran Crú Classés e Gènèpi, Confraria Nova

Publicado em 19 de fevereiro de 2020 às 5:04pm

Gran Crú Classés e Gènèpi, Confraria Nova

 

A Confraria Nova muitas vezes retorna aos clássicos do velho mundo (Bordeaux e Bourgogne) e cada vez com novas surpresas e aprendizados.

Desta vez voltamos aos Grand Cru Classés de Bordeaux, mas como sempre com “surpresinhas”.

A classificação de 1855 foi feita em função da Exposição Universal de Paris em 1855. Napoleão III pediu a cada região vinícola que estabelecesse uma classificação para seus vinhos de modo a que os mesmos fossem reconhecidos, valorizados e distintos. Bordeaux recuperou sua fama a partir de sua classificação que tinha por principais critérios a notoriedade de safras e preços de transação. Nesta classificação, apenas vinhos tintos Médoc, vinhos brancos doces de Sauternes e Barsac e um tinto de Graves estão incluídos. (Em breve matéria completa sobre o assunto).

Todos os vinhos foram degustados às cegas, em 18/02/2020, e os participantes nada sabiam sobre os vinhos.

 

Foram degustados:

  • Alvarinho Contacto 2016, de Anselmo Mendes, Portugal, Vinho Verde, (Decanter Importadora), RR = 90,0 e Grupo = 90,6
    Um alvarinho mais estruturado que o comum. As uvas passam por uma maceração com as cascas o que dá mais estrutura e potência ao vinho mantendo, porém, o aroma mineral que é preponderante. Belo vinho produzido por Anselmo Mendes.

  • Gran Vin de Léoville du Marquis de Las Cases 2003 AOC St. Julien (2ème Cru Classé), França, Bordeaux, Eu$ 158,08 (Exterior), RR = 93,0 e Grupo = 93,2 com WS=96
    No auge para ser degustado (talvez tenha sido um pouco melhor antes). Grande vinho. Aromas muito complexos com predominância de toques adocicados agradáveis.

 

Tanto a cor quanto o olfato levaram todos a achar que se tratava de um vinho mais jovem que o anterior. Muito bom, ainda com muita vida pela frente e deve melhorar com o passar do tempo.

 

  • Château Cos d’Estournel 1986 AOC St. Estèphe (2ème Cru Classé), França, Bordeaux, Eu$ 121,60 (Exterior), RR = 93,0 e Grupo = 94,5 com WS=92

Um Grand Cru “de responsa”, como deve ser. Muito bom e no auge para ser degustados em seus 33 anos, verdadeiro exemplo de como é evoluir bem.

 

O Alvarinho foi servido para faire la bouche mas todos perceberam sua qualidade. Houve um comentário de que se trata de um alvarinho diferente e, realmente, Anselmo Mendes faz essas coisas boas. Era importado pela Decanter mas encontra-se esgotado atualmente.

O três deuxième crus agradaram a todos. São, incontestavelmente, vinhos de qualidade elevada e não apenas produto do marketing ou da fama.

Tão logo o primeiro foi servido todos o identificaram como um Bordeaux top. E todos estavam muito bons, não só do ponto de vista técnico como do ponto de vista do prazer que proporcionaram pois já se encontram evoluídos.

A grande curiosidade é que todos acharam que o Léoville Las Cases 2001 era mais novo que o de 2003. Efetivamente a cor do mais antigo era mais rubi que a do mais novo, e os aromas idem. A evolução mais lenta deveu-se ao fato de ser um vinho de uma safra de maior qualidade. Depois de degustados procuramos as notas e tanto Robert Parker quanto a Wine Spectator erraram achando que 2003 seria melhor que o de 2001.

Já o Cos d’Estournel não ficou atrás e nem parecia ser quinze anos mais velho que o Léoville Las Cases 2001.

Todos ficaram muito tempo conversando e aproveitando essas verdadeiras raridades (não é fácil encontrar por aqui safras antigas como estas).

 

Vinhos degustados em 18/02/2020

 

Mas tínhamos reservado uma surpresa para o encerramento que, embora não fosse um vinho, agradou muito a todos.

Foi servido o:

Génépi Le Chamoix, de Dolin, França, Savoie, Eu$ 39,00 (Exterior), RR = 94,0
Um licor de artemisia (Gènèpi) feito de forma tradicional e de alta qualidade. A Maison Dolin foi fundada em 1821 é é um produtor que se preocupa em manter as tradições.

 

Todos sorveram até as últimas gotas de suas respectivas taças. E não sobrou nada de nenhum vinho, nem do licor especial. Pena que acabou…

Gostou desta degustação e gostaria de participar de outras de mesmo estilo? A Confraria Nova está com uma vaga em aberto, caso tenha interesse entre em contato.

 

Roberto Rodrigues
fevereiro/2010

 

 

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