Chilenos e Argentinos Antigos, Confraria Des Amis du Mouton
A Confraria Des Amis du Mouton teve uma noite muito interessante e didática, em 29/01/2020, com quatro vinhos antigos (dois chilenos e dois mendocinos) e, como sempre, algo mais.
Todos os vinhos foram degustados às cegas e, no início, os participantes sequer sabiam de onde eram os vinhos.
Foram degustados:
- Memórias Valette Fontaine 2001 DO Valle del Maipo, de El Principal, Chile, Maipo, (Casa do Porto, adegado há muitos anos), RR = 91,0 e Grupo = 92,4.
Evoluiu muito bem e está no auge. Depois de aberto permaneceu com aromas cada vez mais doces e agradáveis. Muito interessante. Trata-se do segundo vinhos da primeira fase desta vinícola que mudou seu perfil de vinhos. - Caballo Loco No. 5 , de Valdivieso, Chile, Valle Central, (Bruck Importadora, adegado há muitos anos), RR = 90,0 e Grupo = 91,4.
Cada edição é feita com 50% do vinho anterior e 50% de vinhos da safra, as castas não são informadas e podem mudar a cada ano. A última edição lançada foi a de número dezessete, o que implica em que a que degustamos deve der de 2005 ou anterior. Bom, mas é mais marketing do que qualidade, que vem decaindo a cada nova edição. - Cheval des Andes 2014, de Cheval Blanc & Terrazas de los Andes, Argentina, Mendoza, (adquirido no exterior e adegado), RR = 93,0 e Grupo = 91,9. Ao ser aberto quase todos acharam que era um vinho do velho mundo, com muito mais elegância que os anteriores. Muito bom, mas ainda no início de sua evolução.
- Cheval des Andes 2004, de Cheval Blanc & Terrazas de los Andes, Argentina, Mendoza, (adquirido no exterior e adegado há anos), RR = 94,0 e Grupo = 93,7.
Safra antiga, muito boa. As notas apresentaram pequeno desvio padrão (quase todas iguais). Evoluiu muito bem. Todos acharam que era mais novo. Menos álcool torna-o mais europeu. Ainda com muita vida pela frente e deve melhorar ainda mais com o tempo.
Quanto à parte didática, os vinhos foram uma aula sobre evolução da cor. O primeiro vermelho acastanhado, depois vermelho alaranjado, vermelho rubi e o último vermelho granada. Muito interessante mesmo, pois as cores eram nitidamente distintas.
Foram selecionados vinhos disponíveis em minha adega que mostrassem a evolução. Neste caso os mendocinos superaram em muito os chilenos, o que poderia ser diferente se os vinhos fossem outros.
Destacou-se a finesse e elegância do Cheval des Andes nesta mini vertical, tendo isso gerado muita discussão sobre como evoluem bons vinhos.
Como é praxe entre os Amis du Mouton, tivemos outros dois vinhos servidos às cegas, sendo que o primeiro sequer quem vos escreve sabia qual seria. E também como é comum, depois dos tintos passamos a um branco e um espumante
Foi degustado inicialmente:
Masso Antico 2018 IGP Fiano Salento, de Cantine di Ora-Ora, Itália, (adquirido na Itália em recente viagem), RR = 86,0 e Grupo = 88,3.
Vinho correto, porém simples. Mas sem nenhum problema. Preço na Itália: Eu$ 3,99.
Este é um vinho sem grandes pretensões, mas muito correto e que foi ótimo para conversarmos sobre os vinhos anteriores.
Por último foi degustado:
Champagne Montaudon Blanc de Noirs Brut nv, de Montaudon, França, Champagne, R$ 289,00 (na wine.com.br), RR = 93,5 e Grupo = 93,7.
Champagne muito interessante, produzido a partir de Pinot Noir. Muitos prêmios, custa 28 euros em França. Tradicional e complexo. Muito bom mesmo.
Mais uma noite de excelentes vinhos.
Se você é associado da ABS-Rio e gostou desta degustação fique atento: esta Confraria tem duas vagas em aberto e você pode participar da mesma.
Roberto Rodrigues
fevereiro/2020
Comentários